Após diversas pressões políticas, sanitárias e comerciais, incluindo um processo que chegou ao Judiciário brasileiro, a Copa América de 2021 começa neste domingo (13), com a Seleção Brasileira enfrentando a Venezuela em Brasília, às 18h.
Na véspera do evento, surgiram más notícias. A delegação venezuelana anunciou 13 casos de Covid-19, enquanto a Bolívia relatou quatro, incluindo três jogadores. A pandemia já havia levado a Argentina a desistir de sediar o torneio, seguindo a Colômbia, que enfrentava instabilidade política.
A decisão de o Brasil sediar a competição gerou críticas de senadores oposicionistas e até de alguns atletas. No entanto, o governo brasileiro, assim como estados e cidades envolvidas, manifestou confiança nos protocolos sanitários da Conmebol e lembrou que o país já realiza competições nacionais e internacionais.
Além de Brasília, outras cidades, como Cuiabá, Goiânia e Rio de Janeiro, também sediarão partidas. No Grupo B, Brasil e Venezuela jogam ao lado de Equador, Colômbia e Peru, que se enfrentam no mesmo domingo, em Cuiabá, às 20h.
O árbitro uruguaio Esteban Ostojich apitará a partida de abertura, enquanto Julio Bascuñán, do Chile, comandará o VAR. Como em todos os jogos da Copa América, o confronto inicial do Brasil não terá público presente.
A Seleção Brasileira mantém o elenco das Eliminatórias da Copa do Mundo, exceto por Rodrigo Caio, substituído por Thiago Silva, que retorna após lesão.
Na competição eliminatória, o Brasil está invicto, com vitórias sobre Bolívia, Peru, Venezuela, Uruguai, Equador e Paraguai. A Venezuela, por outro lado, empatou com o Uruguai na última terça-feira e enfrentou derrotas para Bolívia, Brasil, Paraguai e Colômbia, com uma única vitória sobre o Chile.
### Onde assistir Brasil x Venezuela
O jogo será transmitido por ESPN e FOX Sports na TV a cabo e pelo SBT na TV aberta, às 18h.
### Polêmicas da Copa América
A competição de seleções deste ano chegou ao Brasil por um caminho conturbado. Originalmente, Argentina e Colômbia seriam as sedes, mas a Colômbia desistiu em 20 de maio, devido a intensos protestos. A Argentina assumiu a sede única, porém, com o aumento de casos de Covid-19, também desistiu 10 dias depois.
A Conmebol então decidiu que o Brasil seria a nova sede, prontamente aceito pelo governo federal e confirmado pelo STF no dia 10 de junho.
Contudo, a decisão gerou desconforto entre os jogadores da Seleção Brasileira e a comissão técnica, incluindo o treinador Tite, que demonstraram insatisfação com a realização do evento no Brasil.
A Copa América foi rapidamente politizada no Brasil, com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro defendendo a competição, enquanto críticos apontavam a grave crise sanitária.
Em entrevista à TV Globo, após a vitória sobre o Equador, o capitão Casemiro expressou o descontentamento da equipe com a realização do torneio, anunciando que a Seleção se manifestaria oficialmente.
A manifestação veio no dia 9 de junho, em uma carta aos torcedores. Os jogadores expressaram insatisfação com a organização da Conmebol, seja no Chile ou no Brasil, afirmando que a condução foi inadequada. Porém, também deixaram claro que, apesar de serem contrários à organização, nunca diriam não à Seleção Brasileira.
O comunicado também destacou o desconforto com a politização do evento, afirmando que os jogadores não tinham intenção de transformar o debate em algo político. O elenco frisou que estava atento à cobertura da mídia e às redes sociais, reforçando a necessidade de evitar a disseminação de notícias falsas sobre suas posições.